Oficiais do governo do Nepal, os quais atuavam infiltrados, descobriram um esquema de falsificação de permissões de escalada no país. Os envolvidos no esquema falsificavam documentos governamentais, licenças para escalada nas montanhas do país (especialmente para escaladores barrados pelo governo Nepalês) e milhares de permits (licença especial para subir o Monte Everest). A descoberta foi divulgada pelo Departamento de Turismo do Nepal e noticiada no principal veículo de notícias nepalês. A autarquia é a responsável por administrar o montanhismo e turismo de aventura nas montanhas do país.
De acordo com o The Himalayan Times, os envolvidos no escândalo eram o australiano James Hibbert e o chinês Xu Zhong Zhou. Ambos os envolvidos cobravam pagamentos de até US$ 11.000 para que documentos e para uma licença especial para que interessados pudessem fazer parte da 14 Peak Experience Everest Expedition. Para os interessados a subir ao Mone Everest, facilidades para fazer parte da Seven Summit Treks (uma das maiores e mais conceituadas agencias de montanhismo nepalesas) eram oferecidas.
O escândalo parece ter o mesmo impacto que a Operação Lavajato na América latina, que já custou o mandato de dois presidentes (Peru e Brasil) e condenou um ex-presidente, envolvido em esquemas de corrupção. Estudos realizados por agências internacionais indicaram que cerca de 90% destes oficiais pertencentes ao Departamento de Turismo do Nepal sequer estiveram no campo base do Everest, o que facilitaria a corrupção e falsificação de documentos oficiais. O turismo de montanhismo no Nepal é responsável por uma fatia significativa do PIB nepalês.
O esquema começou a ser investigado depois que houve uma avalanche de notícias a respeito de quebra de recordes na temporada 2018 do Everest. Os funcionários do Departamento de Turismo do Nepal notaram uma discrepância acentuada entre os registros governamentais e os alardeados pela Seven Summits Treks.
Somente para que se tenha uma ideia, o montanhista que for apanhado no Nepal escalando sem o permit, é expulso do país e proibido de entrar novamente por vários anos. O Departamento de Turismo do Nepal também declarou que seguem as investigações para averiguar se existem mais desvios de verba.
Fonte: Blogdescalada.com